Sempre as discussões do tema ÁGUA são singularmente mensuradas. Isso é um erro gravíssimo. Na Região Metropolitana da Grande Vitória em Cariacica, em Viana e em Vila Velha os efeitos são cruéis.
Para contribuir com o posicionamento dos formadores e das formadoras de opinião sobre a materialização da ÁGUA, segue um estudo preliminar da Bacia Hidrográfica do Córrego Campo Grande. Obviamente que, todas as outras situações análogas devem receber a devida atenção por parte: das autoridades (in)responsáveis; dos(as) atingidos(as), e; dos(as) solidários(as).
ANÁLISE PRELIMINAR DE VULNERABILIDADE HIDROLÓGICA NO ENTORNO
DO CORREDOR RODOVIÁRIO LESTE-OESTE, CARIACICA/ES
(...)
O
corredor metropolitano Leste-Oeste, parte integrante do conjunto de
investimentos do Governo do Estado do Espírito Santo para o Programa Transcol
III, está atualmente em execução e fará a ligação entre o corredor Darly Santos
em Vila Velha e o Terminal de Campo Grande, no município de Cariacica. Esse
segmento rodoviário, que foi projetado na região do baixo curso do Córrego
Campo Grande, em Cariacica/ES, encontra-se naturalmente em baixas cotas topográficas
possuindo parte da planície de inundação ocupada por população.
Durante
a execução das obras, após um evento chuvoso crítico no final de 2009, quando
alguns bairros da região foram afetados por alagamentos, o projeto de
engenharia previamente concebido e em implantação foi questionado. Após revisão
de projeto e dos estudos hidrológicos, a solução encontrada foi a alteração do
traçado geométrico da rodovia e a remoção de casas em áreas de risco de
inundação.
O risco consiste na relação entre a possibilidade de
ocorrência de um dado processo ou fenômeno, e a magnitude de danos ou
consequencias econômicas e/ou sociais sobre um dado elemento, grupo ou
comunidade. Quanto maior a vulnerabilidade, maior o risco (IPT, 2007). O risco
hidrológico, que é um dos tipos de riscos ambientais existentes, está
relacionado a eventos chuvosos que causam enchentes e inundações (Cerri e
Amaral, 1998).
(...)
CONCLUSÕES
Um
mapa de vulnerabilidade hidrológica pode representar um bom instrumento para a
administração pública com relação à sua manutenção e preservação de sua
estrutura.
A
elaboração da carta de vulnerabilidade de ocupação urbana poderia ser mais
confiável se houver um banco de dados detalhado da real situação estrutural das
residências na bacia de drenagem. As curvas de nível com eqüidistância de 2
metros foram decisivas para a obtenção de um modelo digital do terreno com fiel
representação da topografia.
Este
trabalho deve ser precedido de análise mais detalhada dos processos
hidrológicos ocorrentes, da vulnerabilidade das moradias e periculosidade da
área ocupada, objetivando um diagnóstico ainda mais preciso, compatível com a
importância da segurança das famílias que habitam áreas de risco.
Porém,
mesmo em caráter preliminar os dados apresentaram a importância do estudo da
região em questão, densamente povoada e de forma desordenada, além de
comprovarem a eficiência das técnicas de geoprocessamento como instrumentos de
planejamento.
Guilherme
José Cunha Gomes
(Engenheiro Ambiental, Mestre em Geotecnia pela
Universidade Federal de Ouro Preto)
Jeferson
Lima(
Engenheiro
Agrícola, Mestre em Hidrologia pela Universidade Federal de Ouro Preto)
Octacílio Chamon
(Engenheiro
Agrônomo, Mestre em Engenharia Ambiental)
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